sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Moção de Repúdio a Condenação Arbitrária de RAFAEL BRAGA VIEIRA e o Encarceramento em Massa da JUVENTUDE NEGRA



Compreendendo o encarceramento em massa da população negra como estratégia genocida, o Fórum Nacional Juventude Negra – FONAJUNE vem por meio de deliberação de sua Plenária Nacional, realizada na Serra, Espírito Santo, durante os dias 29 a 31 de agosto de 2014, repudiar as ações deliberadas pelo judiciário durante o julgamento de Rafael Braga Vieira, no dia 26 de agosto, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Rafael Braga, jovem em situação de rua, que um ano e três meses depois da maior manifestação realizada no Rio de Janeiro em 2013, segue detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, onde está desde o dia 20 de junho de 2013. No dia da manifestação em que foi preso, ele saiu de onde morava, um casarão abandonado em frente à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), no Centro do Rio, com duas garrafas de plástico, uma com água sanitária e a outra com álcool, situação que não o caracteriza enquanto manifestante do ato, tão pouco como terrorista. Segundo o laudo do Esquadrão Antibomba da Coordenadoria de Recursos Especiais, a utilização do material aponta aptidão mínima de incêndio. No texto, um trecho indica “ínfima possibilidade de funcionar como coquetel molotov”. Ainda assim, Rafael Braga Vieira foi condenado pela existência de etanol em uma das garrafas.

O Estado brasileiro é signatário de diversos acordos internacionais que versam sobre direitos humanos, sendo eles recepcionados na legislação brasileira com força de emenda constitucional. A violação desses acordos é permanente em solo brasileiro, nos colocando em débito internacionalmente, e mais ainda, em constante violação da Carta Magna.

Compatível com a violação dos Direitos Humanos existe no Brasil uma exceção legal que coloca os atuais policiais militares fora do sistema civil de accontability, que além de enfraquecer o estado de direito, estende a impunidade e violência da polícia militar a população civil, e indiretamente lhes assegura uma ampla latitude para arbitrariedades. Assim, as atuais instituições policiais, embora sob regime democrático, permitem que a  arbitrariedade e a violência persistam.

A violência física, psicológica e simbólica sofrida por Rafael Braga, denota nitidamente o sistema que valida o RACISMO INSTITUCIONAL que a JUVENTUDE NEGRA brasileira está inserida, uma vez que, na sentença condenatória, o juiz reconhece que não é coquetel molotov, mas decide condenar Rafael a uma pena de 5 anos pela quantidade de álcool que havia na garrafa quando ele foi preso durante a manifestação do dia 20 de junho de 2013.

Acreditando que a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, a Secretaria Nacional de Juventude – SNJ, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR e o Ministério da Justiça podem e devem se posicionar enquanto órgãos públicos sobre esse processo, nós solicitamos que providenciem as medidas cabíveis para preservar a vida da juventude negra, e nesse momento especial, a do jovem negro Rafael Braga, incidindo para que as injustiças sejam cessadas e reparadas.

Em defesa do diálogo e clamando pelo fim das lesões corporais, das prisões ilegais e de todo tipo de violência por iniciativa do Estado, o Fórum Nacional de Juventude Negra reafirma a sua crença em práticas antirracistas e em valores democráticos, bem como seu total repúdio às formas de autoritarismo e às medidas de exceção imputadas contra a população negra brasileira, fundamentalmente no que tange a juventude negra.

 

Na luta contra o extermínio e pelo fortalecimento da juventude negra, seguimos!

Atenciosamente,

Fórum Nacional de Juventude Negra - FONAJUNE

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Agenda FONAJUNE setembro, parte 2!



FOJUNE DF participa do ENCRESPA GERAL Brasília


O Fórum de Juventude Negra DF, esteve presente no domingo dia 21 de setembro no evento Internacional ENCRESPA GERAL Brasília.
O ENCRESPA tem como iniciativa, a valorização dos cabelos naturais, crespos e cacheados, através de rodas de diálogo, oficinas e depoimentos, dando visibilidade a uma identidade “encrespada”.

Nesta edição tiveram também o ENCRESPA KIDS, uma pequena roda de diálogos com leitura de livros e desenhos que valorizam a identidade da criança negra.
O FOJUNE contribuiu com a presença de Layla Maryzandra, dialogando e refletindo sobre Hierarquização de Texturas e dando oficina de tranças. Além da presença de Dyarley Viana e Ritinha Jesus e Aline Costa também integrantes do FOJUNE.


O Fórum de Juventude Negra DF também aproveitou o evento para divulgar o I EPOJUNE – Encontro Popular de Juventude Negra que abre as inscrições ainda esta semana.


O evento foi idealizado por Eliane Serafim, moradora de São Paulo e hoje acontece em torno de 17 cidades do Brasil como Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Goiânia, Manaus, Juazeiro, Olinda, Campo Grande entre outras, tomando já uma proporção internacional em lugares como Londres, Dublin e Austrália.

O Fórum de Juventude Negra DFE, agradece em especial a Beatriz Andrade, Andreia Lindolfo e Brenda Lima pelo convite.

Fonte: http://forumdajuventudenegradf.blogspot.com.br/

domingo, 21 de setembro de 2014

Plano em Diálogo - FONAJUNE contribuindo na (re)discussão do Plano Nacional de Juventude


Com o objetivo de ampliar a escuta, aprofundar o debate e contemplar a diversidade de atores no processo de construção do Plano Nacional de Juventude, a UNIRIO em cooperação com a Secretaria Nacional de Juventude está realizando um conjunto de oficinas chamadas "Plano em Diálogo" para discutir diferentes temas sobre Direitos dos Jovens, estabelecidos no Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/13). 



O Fórum Nacional de Juventude Negra foi convidado à participar da segunda oficina "Plano em Diálogo", para debater o eixo "Do Direito à Segurança Pública e ao Acesso à Justiça". A Oficina aconteceu na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, no último dia 17/09. 



A Oficina durou o dia inteiro e contou com um debate sobre as prioridades da juventude no campo da segurança pública e no acesso à justiça, onde a representação do Fórum de Juventude Negra da Bahia e da articulação local no Rio Grande do Sul, destacaram as demandas da juventude negra, as barreiras de acesso à justiça, a desmilitarização da polícia, a PL 4471 e outras questões. 



Esse processo do "Plano em Diálogo" tem sido coordenado pelo Comitê Interministerial da Política de Juventude (Coijuv) com apoio do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE). O Plano Nacional de Juventude deverá ser discutido e aprovado na III Conferência Nacional de Juventude, prevista para 2015. 



Outras oficinas devem acontecer ainda esse ano e a juventude negra deve estar atenta para participar e incidir nos produtos desse processo.

FONAJUNE participa do 1º Encontro do Conselho Nacional dos Direitos Humanos e Eleição biênio 2014-2016



Como participante do Grupo de Trabalho de Monitoramento do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), o Fórum Nacional de Juventude Negra vem acompanhando de perto política de direitos humanos brasileira. 

Na última terça-feira, dia 16/09, na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH/PR, aconteceu o 1º Encontro Nacional do Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH, recém criado pela Lei 12.986/14, e a Eleição das Organizações da Sociedade Civil do CNDH, para o biênio 2014-2016.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, abriu o Encontro Nacional, que elegeu a nova composição do CNDH. Para Ideli Salvatti, o momento representa transformação significativa após uma luta de quase 20 anos para a recriação do conselho, concretizada com a Lei nº 12.986, de 2014.

O Fórum Nacional de Juventude Negra, uma das 50 organizações participantes do Encontro Nacional de Direitos Humanos, foi representado por participantes do Fórum Estadual de Juventude Negra do Distrito Federal e da Bahia. Em paralelo a eleição, também houve a fundação de um Fórum Nacional de Direitos Humanos, que tem o objetivo de aglutinar as organizações eleitas e não-eleitas para o Conselho Nacional de Direitos Humanos, de modo a subsidiar politicamente as organizações titulares do Conselho, onde o FONAJUNE contribuirá na coordenação.

De acordo com o texto da Lei 12.986/14, o CNDH terá 22 membros. Destes, onze serão da sociedade civil – nove representantes eleitos, um da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e um do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos estados e da União. Outros onze serão representantes do Poder Público. Todos os conselheiros terão mandato de dois anos.

Organizações eleitas para o CNDH 2014-2016:

1) Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT
2) Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH
3) Conselho Indigenista Missionário - CIMI
4) Plataforma de Direitos Humanos - Dhesca Brasil
5) Coletivo Nacional de Juventude Negra - ENEGRECER
6) Conselho Federal de Psicologia
7) Movimento Nacional da População de Rua
8) Rede Nacional Feminista De Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
9) Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social

Entre as atribuições do CNDH, estão a promoção e a defesa dos direitos humanos mediante ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das condutas e situações de ameaça ou violação dos direitos humanos. Neste sentido, a aprovação da Lei 12.986 de 2014 foi um grande passo para o fortalecimento da sociedade civil, democratização e fortalecimento da luta e das políticas públicas de direitos humanos.

Fonte: Adaptado com informações de http://www.sdh.gov.br.

Participação do FONAJUNE na Audiência Pública "Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência"



O Fórum Nacional de Juventude Negra participou da Audiência pública Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência, realizada dia 17/09, no Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, Brasília/DF, com presença de representantes de Fóruns Estaduais de Juventude Negra das regiões sudeste, nordeste e centro-oeste. Como debatedor convidado pelo CNMP, Elder Costa fez uma fala de provocação. Confira no vídeo abaixo. 



O FONAJUNE participa do Comitê Gestor Federal do Plano Juventude Viva, que é o Plano de Enfrentamento à Violência Contra a Juventude Negra implementado pelo Governo Federal através de mais de 10 ministérios, em parceria com governos estaduais e municipais em mais de 70 cidades. Esse Plano teve contribuição direta do Fórum Nacional de Juventude Negra, em sua concepção, e faz parte de uma resposta dada à reivindicação sobre a priorização da juventude negra na política pública. É uma das prioridades desse Plano discutir o Acesso à Justiça para a Juventude Negra e o FONAJUNE tem muito a contribuir nesse processo, com sua incidência política, monitoramento através do controle social e apresentação das demandas da juventude negra brasileira. 


O vídeo com as mais de 5 horas de audiência pública pode ser visto em: https://www.youtube.com/watch?v=6uQXt0mbm8I&list=UUNwHEXf5YwWGfcAri_WBTEA

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Audiência Pública discute Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em situação de Violência


A audiência pública "Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência" será exibida ao vivo pelo canal do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no YouTube e também no Participatório. O evento será no dia 17 de setembro a partir das 14 horas, no auditório do CNMP (Setor de Administração Federal Sul, Quadra 2, Lote 3, Edifício Adail Belmonte), em Brasília/DF.

Durante a audiência serão discutidos temas como controle externo da atividade policial, assistência jurídica para jovens negros em situação de violência, ações afirmativas no combate ao racismo institucional e garantias de direitos à juventude negra. As conclusões e os posicionamentos apresentados constarão da Ata da Audiência Pública.
S
egundo dados do Ministério da Saúde, enquanto o número de brancos assassinados caiu 25,5% no período de 2002 a 2010, o número de assassinatos de jovens negros cresceu 29,8% no mesmo período. Em 2010, 76,6% dos jovens assassinatos eram negros.

A audiência pública faz parte das ações previstas em um acordo assinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a redução das barreiras de acesso à Justiça para a juventude negra em situação de risco. O evento é promovido por: CNJ, CNMP, Ministério da Justiça, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria Nacional da Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República, Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais e Conselho Federal da OAB. Todos fazem parte do acordo assinado.

Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail direitosfundamentais@cnmp.mp.br ou pelo telefone (61) 3366-9501.

Link do Canal do CNMP no youtube: https://www.youtube.com/user/conselhodomp

Fonte: Agência CNJ de Notícias

Agenda FONAJUNE em setembro!

 
 
Se liga na agenda do FONAJUNE em setembro! Ainda vem mais por aí antes de findar o mês! Vamos que vamos porque #VaiTerIIENJUNE!
 
 


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Carta Convocatória do II ENJUNE!





ÀS JUVENTUDES NEGRAS DO BRASIL

O Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE convoca as juventudes negras do Brasil para construir os processos preparatórios, em seus municípios e estados, do II Encontro Nacional de Juventude Negra – II ENJUNE, a ser realizado de 4 a 6 setembro de 2015, no Distrito Federal.
Construir o II ENJUNE é cumprir uma demanda referendada pela última Plenária Nacional do FONAJUNE, ocorrida de 29 a 31 de agosto de 2014, em Serra/ES.

Na ocasião a juventude negra entendeu como demandas prioritárias: 1. Enfrentamento ao genocídio do povo negro, com ênfase ao extermínio da Juventude Negra; 2. Participação da Juventude Negra no Orçamento Público; 3. Mídia e comunicação; 4. Formação e participação política da Juventude Negra. Entendemos que essas pautas fortalecem o protagonismo da juventude negra na conjuntura vigente.

Lançamos o II ENJUNE buscando articular e promover uma maior participação política e social dos jovens negros e das jovens negras de todo o país. O II ENJUNE buscará avaliar e consolidar as deliberações do I Encontro Nacional de Juventude Negra, realizado em 2007, em Lauro de Freitas/BA, e avançará na construção de um novo panorama social para o contexto juvenil étnico/racial de nosso país, numa perspectiva afrocentrada, a partir da reflexão e definição do projeto político de sociedade que a Juventude Negra brasileira deseja e construirá! Em breve o FONAJUNE lançará demais orientações.

Contamos com os jovens e as jovens negras nessa construção! Porque as juventudes negras vivem para além de sonhos, se alimentam de sua própria ousadia!

Na luta contra o extermínio e fortalecendo a juventude negra, seguimos!

FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA - FONAJUNE

Serra/ES, 31 de agosto de 2014.