terça-feira, 18 de novembro de 2014

Agenda FONAJUNE para Novembro!


Potencializando as lutas e a visibilização do mês de novembro, diante do extermínio da juventude negra, temos muito o que denunciar, muito a dialogar, e muito por construir. Por isso a agenda é extensa! Se localize no canto do país que você está e venha participar com a juventude negra! 










FONAJUNE entrega Carta em Sessão na Câmara dos Deputados e protocola solicitação de audiência com a Presidenta da República


O Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE diante da chacina ocorrida no início do mês de novembro em Belém, capital do Pará, veio a público com uma carta de repúdio à situação e declarando que não há comemoração do mês da consciência negra com a matança dos jovens negros e negras!

Nesta carta, publicada no último dia 05 de novembro, logo após as notícias e pedidos de socorro da população, especialmente da juventude do Pará, agregou assinaturas de 197 organizações, de todas as regiões do país, que estão na luta antirracista, pela promoção da igualdade e contra o extermínio da juventude negra, fortalecendo o grito por cessar as mortes do povo negro.

Geovan Bantu (FONAJUNE) entrega Carta à Deputada Federal Benedita da Silva, que presidia a Sessão Solene pelo Dia da Consciência Negra na Câmara, com a participação da Deputada Federal Janete Pietá. 
A publicação foi compartilhada mais de 240 vezes nas redes sociais e alcançou cerca de 42mil pessoas, na qual seu conteúdo exige uma série de providências. O FONAJUNE acredita que faz-se necessário a juventude negra brasileira debater diretamente com a Presidência da República, de forma a garantir, a partir do diálogo, a implementação das solicitações apresentadas. Para tanto, nessa terça-feira, dia 18/11, em parceria com representantes de grupos e organizações que compartilham a incidência política pela aprovação da PL 4471 – pelo fim dos autos de resistência – uma das demandas da carta, o FONAJUNE entregou na Sessão Solene pelo Dia da Consciência Negra, na Câmara dos Deputados, em mãos da Deputada Federal Benedita da Silva, que presidia a sessão. Os documentos também foram entregues ao Deputado Vicentinho, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara.
Representante do FONAJUNE também protocola entrega da Carta ao líder da bancada do governo na Câmara, Deputado Federal Vicentinho.
O ofício que acompanhava a carta solicita agendamento, em carácter de urgência, de audiência de uma comissão representativa dos parceiros que assinaram a carta com a Presidenta da República Dilma Rousseff, para debater a situação real da juventude negra desse país e dar providências. Aguardamos o retorno do requerimento e não deixamos o fronte! Seguimos na luta! 

Não há comemoração do mês da consciência negra com a matança dos jovens negros e negras!

Nós jovens negras e negros, autônomos e/ou organizad@s nos movimentos e organizações sociais, exigimos a imediata intervenção das instituições federais e do estado do Pará no intuito de cessar a matança em curso de jovens negros/as nas periferias de Belém e cidades da região metropolitana.

Exigimos a apuração imediata dos homicídios ocorridos desde a madrugada do dia 05 de novembro em retaliação do assassinato de um policial militar da ROTAM/PA que desencadeou até o momento o extermínio de mais de 40 pessoas em sua maioria jovens negros. É público e noticiado amplamente nos jornais e redes sociais que desde a morte do referido policial, seus colegas estão convocando toda a corporação a “ir as ruas dar as respostas” e isso tem promovido um massacre que está exterminando negros e negras como se fossem ratos neste estado.

Diante desta postura genocida, as juventudes negras brasileira conclamam que o Estado tenha uma atuação imediata para punir os culpados e responsabilizar as devidas instituições pela ação e omissão que permitiu a concretização deste massacre em pleno mês da consciência negra.

Neste momento reafirmamos a importância de: 
 - Que a Presidenta da República se pronuncie imediatamente, tomando as devidas providências, já que a mesma se comprometeu com a juventude negra no seu segundo mandato; 
 - Aprovação imediata da PL 4471/12, pelo o fim dos autos de resistência;
 - Desmilitarização da Policia;
 - Construção de uma política nacional de segurança pública pautada na defesa da vida;
 - O fortalecimento do Plano Juventude Viva como uma política pública de Estado para o enfrentamento à violência letal contra a juventude negra, e;
 - O combate ao racismo em todas as instituições.

Assinam:
1. Fórum Nacional da Juventude Negra - FONAJUNE
2. Fórum de Enfrentamento ao Extermínio da Juventude/RS
3. Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo
4. Conselho Estadual de Juventude do Espírito Santo
5. Grupo de União e Consciência Negra da Bahia
6. Rede de Religiões de Matriz Africana do Subúrbio de Salvador - RREMAS
7. Rede Nacional de Negras e Negros LGBT
8. Coletivo Tela Firme
9. Organização de Mulheres Negras Ativas
10. Coletivo Casa de Pretas
11. Bloco das Pretas
12. Ilê Asé Torrrun Gunan
13. Grupo de Cultura Afro Kisile
14. Centro de Defesa de Direitos Humanos – Serra/ES
15. Coletivo Negrada
16. Fórum de Juventude Negra do Pará
17. Artgay Jovem do Pará
18. Coletivo de Mulheres Negras Aqualtune
19. JCONEN
20. Movimento Enraizados
21. Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro
22. Fórum Social de Manguinhos
23. Organon – UFES
24. Levante Popular da Juventude
25. Rede de Articuladores e Articuladoras do Plano Juventude Viva
26. Fórum Permanente do Hip Hop Gaúcho / RS
27. Nação Hip Hop Brasil / ES
28. Rede Mocambos / PA
29. Hip Hop Mulher
30. Núcleo Donas da Arte – RJ
31. Laboratório de Ideias que Mudam o Mundo
32. ATD Quarto Mundo Brasil
33. Círculo Palmarino
34. Instituto Gangazumba
35. Comunidade Jongo Dito Ribeiro
36. Articulação da Cultura Popular e Afroalagoana
37. Instituto Quintal Cultural
38. Casa de Cultura Tainã
39. UJB – União da Juventude Brasileira
40. IPEJ – Instituto de Promoção e Estudos das Juventudes
41. APN´s / ES
42. Federação de Capoeira de Alagoas
43. Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop
44. Teia de Agroecologia dos Povos da Cabruca e da Mata Atlantica
45. Agência Livre para a Cidadania, Informação e Educação (Projeto Jornal Boca de Rua)/ RS
46. Posse Atitude Periferica / AL
47. INEG – Instituto do Negro Alagoano
48. Movimento Nacional de Direitos Humanos
49. Comissão de Direitos Humanos da OAB / ES
50. Fórum de Juventude Negra da Paraíba
51. Movimento Basta de Homicídios nas Periferias / AL
52. Coletivos de Estudantes Negros da UFMG
53. Nucleo Conexões de Saberes da UFMG
54. Fórum Baiano de Juventude Negra
55. Articulação Política de Juventude Negra
56. Coletivo de Assessoria Cirandas
57. Fração Pública MNU de Lutas
58. Autônomo e independente BR
59. UNEAFRO
60. Quilombo Urbano Negro de BH
61. Fórum das Juventudes da Grande BH
62. Centro Cajueiro
63. Pastoral da Juventude do Meio Popular
64. RECID / PA
65. Comissão de Igualdade Racial da OAB /ES
66. MNC – Mulheres Negras Capixabas
67. Fórum de Juventude Negra do Maranhão
68. Centro Cultural Alagbedê
69. Centro de Cultura e Estudos Etinicos – ANAJÔ / APNs – AL
70. FASE
71. CAMTRA – Casa da Mulher Trabalhadora – RJ
72. Coletivo Nacional de Entidades Negras - CEN
73. Observatório Capixaba de Juventude
74. Conselho Nacional LGBT
75. Observatório Infanto-juvenil em Contextos de Violência – UFRN
76. Panteras Mangue Break- Maceió - AL
77. Comunidade de Terreiros Ilê Asè Ossain Agé / Santa Maria – RS
78. Ocupa Borel
79. Redes de Instituições do Borel – Rj
80. Comunidade Apostólica de Gileade – RJ
81. Viração
82. Pastoral da Juventude Nacional
83. DIGNITATIS – PB
84. Assessoria Técnica Popular
85. Dom da Terra Afro LGBT
86. KOFILABA – Koletivo Filhos do Abassá
87. MNU - BA
88. Frente Quilombola / RS
89. Rede Mandacarú RN
90. Rede de Juventude de Terreiros de Pernambuco
91. Coletivo Caboclo Munique Lopes – COCAMOLO
92. Casa da Juventude de Marabá
93. Espaço Comunidade
94. Centro de Defesa dos Direitos Humanos Nenzinha Machado
95. Comitê Estadual de Educação e Direitos Humanos do Piauí
96. Pontão do ECO – UFRJ
97. Ocupa Alemão
98. Anastácia Contemporânea
99. Grupo Arco-Iris
100. Nossa conduta
101. Coletivo Papo Reto
102. Federação Amapaense de Hip Hop
103. Movimento Afro Jovem do Amapá
104. Fórum de Juventude Negra do Amapá
105. Programa Luamin
106. Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB-ES
107. Som de Preta - RJ
108. Casa de Boneco de Itacará - BA
109. NEJA - Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Educação de Jovens e Adultos - UFMG
110. FOMEJA - Fórum Mineiro de Juventude Negra
111. Pastoral da Juventude Rural – PJR
112. Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
113. Coletivo Conexão Periférica de Belo Horizonte/MG
114. Justiça Global
115. Coletivo Nacional de Juventude Negra – ENEGRECER
116. Fora do Eixo
117. Rede Ecumênica da Juventude – REJU
118. Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Grupo Maria Quitéria - GMMQ
119. Juventude do PT
120. Juventude Revolução
121. Instituto AMMA Psique e Negritude
122. Núcleo Pr@xis – UFMG
123. Programa Ações Afirmativas na UFMG
124. Observatório da Juventude da UFMG
125. Comitê Mineiro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
126. Fórum de Juventude Negra do Amazonas
127. Instituto Cultural Afro Mutalembê
128. FOPEDER – Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial do Amazonas
129. União da Juventude Socialista - UJS
130. Juventude do PT - Pará
131. Articulação Brasileira de Lésbicas - ABL
132. CUT - PA
133. Sindicato dos Bancários do Pará
134. Sindicato dos Urbanitários do Pará
135. Kyzomba
136. MONABANTU
137. Estopim
138. Rede FALE
139. ABGLT e suas 308 afiliadas
140. CONAQ
141. Fórum de EJA/PR
142. Fórum de EJA/CE
143. CEERT - Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades
144. Fórum de EJA/PE
145. Fórum de EJA/SC
146. Fórum de EJA/MA
147. Fórum de EJA/SP
148. ActionAid Brasil
149. ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
150. Fórum de EJA/MT
151. NETE - Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação - UFMG
152. GEPMTE - Grupo de Estudos sobre Marx, Trabalho e Educação – UFMG
153. Gestrado – UFMG
154. Laboratório de Estudos e Pesquisa em Ensino de História - LABEPEH/UFMG
155. GECC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Curriculos e Culturas – UFMG
156. Pensar a Educação Pensar o Brasil - 1822/2022 – UFMG
157. Instituto Deusolinda de Oliveira
158. Associação Cultural Liga do Funk
159. Juventude da CTB
160. Coletivo ArtSam
161. Frente Feminista Periférica
162. Claves/FIOCRUZ
163. Centros Maristas de Juventude
164. Nação Hip Hop Brasil
165. APEOESP/CTB
166. Observatório de Favelas
167. União Brasileira de Mulheres – Juventude
168. OSCIP Africanamente
169. Comunidade Terreira Ilê Asé Iyemonjá Omi Olodô
170. RENAFRO Saúde RS
171. Grupo de Trabalho Angola Janga
172. Instituto Steve Biko
173. MPA – PA
174. Aliança Bíblica Universitária do Brasil
175. JPT/SP
176. Fórum de Juventude de Campo Grande
177. Instituto Raízes em Movimento/RJ
178. CECUN – Centro de Estudo da Cultura Negra do ES
179. Fórum Estadual de Militantes Negros/as do ES
180. APN’s Brasil
181. PRODOC - Grupo de Pesquisa sobre Condição e Formação Docente - UFMG
182. Grupo de Estudos de  Educação Libertária - NEPCOM - UFMG
183. TEIA - UFMG
184. Liga Brasileira de Lésbicas
185. Centro de Cultura Luiz Freire - PE
186. Fórum das Juventudes da Grande BH
187. União da Juventude Socialista do Acre
188. Pretas Candangas
189. Bamidelê Organização de Mulheres Negras na Paraíba
190. Movimento Mudança
191. Associação Circo Social Baixada
192. Apae Queimados
193. Terreiro Nossa Senhora Aparecida
194. Coletivo ArtSam
195. Frente Feminista Periférica Coletivo Art'Sam
196. Frente Negra Pelotantes – Pelotas/RS
197. Secretaria Estadual da Negritude Socialista Brasileira da Paraíba – NSB/PB

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

RACISMO NA FMURP (Faculdade de Medicina da USP)


Foi neste sábado (9/11) através de uma denuncia informal realizada por mim no meu perfil social que mais um caso de racismo e machismo ganhou voz, neste envolvendo Mulheres Negras na USP de Ribeirão Preto.
Tudo começa em uma palestra de enfermagem nesta mesma universidade, aonde o tema central é "violência contra a mulher", foi compartilhado no dia com o Coletivo Negro da USP de Ribeirão Preto que tem participação no Fórum (Fórum Estadual de Juventude Negra SP) no qual estabelece o nosso vinculo militantes em prol da mesma causa - erradicar o racismo- . Este, que se trata, é um cancioneiro de hinos de autoria da Bateria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP RP) , aonde se vê a humanidade de nós negras violada ao extremo. Segue o trecho:
 


Esse cancioneiro esta sendo divulgado e vendido junto com o kit de matricula dos calouros da universidade, a mensagem abusiva, racista, machista e sobretudo criminosa esta sendo propagada, por futuros profissionais da saúde.
A ONU, neste ano, divulgou uma nota declarando racismo institucional no Brasil, documentando em tese o que de fato, negros e negras, já sabem por passar e sofrer por isso diariamente.
Só nesse mês, já tivemos dois casos de racismo institucional fora os que não ganharam visibilidade.
O primeiro foi a chacina no Pará - Belém, aonde mais de 40 jovens negros foram mortos em condição de eliminação, e a até então não se tem uma resposta sensata aos familiares e aos negrxs em geral; E agora este que ganha visibilidade, menciono racismo institucional pois o vinculo da universidade se da a uma longa existência dessa cartilha de hinos e a venda dela junto ao material de matrícula, a faculdade também responde por isso, afinal quem fiscaliza esse material ? O C.A ?  A Coordenação do Curso ?
Esses dois casos, fora outros que não ganharam e outros que não ganharão  visibilidade são provas de todo o discurso propagado por parte de movimentos, coletivos, ONG's que lutam a favor dessa causa.
Tivemos também, no começo deste mês o caso de Racismo na UFES (Universidade Federal de Espírito Santo) que já se posicionou com o afastamento do professor, mas ainda não se tem uma posição judicial sobre o professor em relação ao seu discurso racista sobre negrxs na faculdade e profissionais negrxs em geral.
Entendemos a importância de dar visibilidade ao caso, já que desde o início desse ano, a mídia informal tem sido a nossa melhor ferramenta para dialogar e agir sobre os fatos e principalmente a não-alteração deles.

Esta marcado para a data de amanhã (11/11/14 terça-feira) a  Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo que irá tratar de violações de Direitos Humanos na FMURP (Faculdade de Medicina da USP) às 14h abrindo assim uma investigação sobre o caso.

Elisângela Lima
Fórum de Juventude Negra de São Paulo