Foi neste sábado (9/11) através de uma
denuncia informal realizada por mim no meu perfil social que mais um caso de
racismo e machismo ganhou voz, neste envolvendo Mulheres Negras na USP de
Ribeirão Preto.
Tudo começa em uma palestra de enfermagem
nesta mesma universidade, aonde o tema central é "violência contra a
mulher", foi compartilhado no dia com o Coletivo Negro da USP de Ribeirão
Preto que tem participação no Fórum (Fórum Estadual de Juventude Negra SP) no
qual estabelece o nosso vinculo militantes em prol da mesma causa - erradicar o
racismo- . Este, que se trata, é um cancioneiro de hinos de autoria da Bateria
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP
RP) , aonde se vê a humanidade de nós negras violada ao extremo. Segue o
trecho:
Esse cancioneiro esta sendo divulgado e
vendido junto com o kit de matricula dos calouros da universidade, a mensagem
abusiva, racista, machista e sobretudo criminosa esta sendo propagada, por
futuros profissionais da saúde.
A ONU, neste ano, divulgou uma nota declarando
racismo institucional no Brasil, documentando em tese o que de fato, negros e
negras, já sabem por passar e sofrer por isso diariamente.
Só nesse mês, já tivemos dois casos de racismo
institucional fora os que não ganharam visibilidade.
O primeiro foi a chacina no Pará - Belém,
aonde mais de 40 jovens negros foram mortos em condição de eliminação, e a até
então não se tem uma resposta sensata aos familiares e aos negrxs em geral; E
agora este que ganha visibilidade, menciono racismo institucional pois o
vinculo da universidade se da a uma longa existência dessa cartilha de hinos e
a venda dela junto ao material de matrícula, a faculdade também responde por
isso, afinal quem fiscaliza esse material ? O C.A ? A Coordenação do Curso ?
Esses dois casos, fora outros que não ganharam
e outros que não ganharão visibilidade
são provas de todo o discurso propagado por parte de movimentos, coletivos,
ONG's que lutam a favor dessa causa.
Tivemos também, no começo deste mês o caso de
Racismo na UFES (Universidade Federal de Espírito Santo) que já se posicionou
com o afastamento do professor, mas ainda não se tem uma posição judicial sobre
o professor em relação ao seu discurso racista sobre negrxs na faculdade e
profissionais negrxs em geral.
Entendemos a importância de dar visibilidade
ao caso, já que desde o início desse ano, a mídia informal tem sido a nossa
melhor ferramenta para dialogar e agir sobre os fatos e principalmente a
não-alteração deles.
Esta marcado para a data de amanhã (11/11/14
terça-feira) a Audiência Pública da
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo que irá
tratar de violações de Direitos Humanos na FMURP (Faculdade de Medicina da USP)
às 14h abrindo assim uma investigação sobre o caso.
Elisângela Lima
Fórum de Juventude Negra de São Paulo
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