terça-feira, 18 de novembro de 2014

Agenda FONAJUNE para Novembro!


Potencializando as lutas e a visibilização do mês de novembro, diante do extermínio da juventude negra, temos muito o que denunciar, muito a dialogar, e muito por construir. Por isso a agenda é extensa! Se localize no canto do país que você está e venha participar com a juventude negra! 










FONAJUNE entrega Carta em Sessão na Câmara dos Deputados e protocola solicitação de audiência com a Presidenta da República


O Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE diante da chacina ocorrida no início do mês de novembro em Belém, capital do Pará, veio a público com uma carta de repúdio à situação e declarando que não há comemoração do mês da consciência negra com a matança dos jovens negros e negras!

Nesta carta, publicada no último dia 05 de novembro, logo após as notícias e pedidos de socorro da população, especialmente da juventude do Pará, agregou assinaturas de 197 organizações, de todas as regiões do país, que estão na luta antirracista, pela promoção da igualdade e contra o extermínio da juventude negra, fortalecendo o grito por cessar as mortes do povo negro.

Geovan Bantu (FONAJUNE) entrega Carta à Deputada Federal Benedita da Silva, que presidia a Sessão Solene pelo Dia da Consciência Negra na Câmara, com a participação da Deputada Federal Janete Pietá. 
A publicação foi compartilhada mais de 240 vezes nas redes sociais e alcançou cerca de 42mil pessoas, na qual seu conteúdo exige uma série de providências. O FONAJUNE acredita que faz-se necessário a juventude negra brasileira debater diretamente com a Presidência da República, de forma a garantir, a partir do diálogo, a implementação das solicitações apresentadas. Para tanto, nessa terça-feira, dia 18/11, em parceria com representantes de grupos e organizações que compartilham a incidência política pela aprovação da PL 4471 – pelo fim dos autos de resistência – uma das demandas da carta, o FONAJUNE entregou na Sessão Solene pelo Dia da Consciência Negra, na Câmara dos Deputados, em mãos da Deputada Federal Benedita da Silva, que presidia a sessão. Os documentos também foram entregues ao Deputado Vicentinho, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara.
Representante do FONAJUNE também protocola entrega da Carta ao líder da bancada do governo na Câmara, Deputado Federal Vicentinho.
O ofício que acompanhava a carta solicita agendamento, em carácter de urgência, de audiência de uma comissão representativa dos parceiros que assinaram a carta com a Presidenta da República Dilma Rousseff, para debater a situação real da juventude negra desse país e dar providências. Aguardamos o retorno do requerimento e não deixamos o fronte! Seguimos na luta! 

Não há comemoração do mês da consciência negra com a matança dos jovens negros e negras!

Nós jovens negras e negros, autônomos e/ou organizad@s nos movimentos e organizações sociais, exigimos a imediata intervenção das instituições federais e do estado do Pará no intuito de cessar a matança em curso de jovens negros/as nas periferias de Belém e cidades da região metropolitana.

Exigimos a apuração imediata dos homicídios ocorridos desde a madrugada do dia 05 de novembro em retaliação do assassinato de um policial militar da ROTAM/PA que desencadeou até o momento o extermínio de mais de 40 pessoas em sua maioria jovens negros. É público e noticiado amplamente nos jornais e redes sociais que desde a morte do referido policial, seus colegas estão convocando toda a corporação a “ir as ruas dar as respostas” e isso tem promovido um massacre que está exterminando negros e negras como se fossem ratos neste estado.

Diante desta postura genocida, as juventudes negras brasileira conclamam que o Estado tenha uma atuação imediata para punir os culpados e responsabilizar as devidas instituições pela ação e omissão que permitiu a concretização deste massacre em pleno mês da consciência negra.

Neste momento reafirmamos a importância de: 
 - Que a Presidenta da República se pronuncie imediatamente, tomando as devidas providências, já que a mesma se comprometeu com a juventude negra no seu segundo mandato; 
 - Aprovação imediata da PL 4471/12, pelo o fim dos autos de resistência;
 - Desmilitarização da Policia;
 - Construção de uma política nacional de segurança pública pautada na defesa da vida;
 - O fortalecimento do Plano Juventude Viva como uma política pública de Estado para o enfrentamento à violência letal contra a juventude negra, e;
 - O combate ao racismo em todas as instituições.

Assinam:
1. Fórum Nacional da Juventude Negra - FONAJUNE
2. Fórum de Enfrentamento ao Extermínio da Juventude/RS
3. Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo
4. Conselho Estadual de Juventude do Espírito Santo
5. Grupo de União e Consciência Negra da Bahia
6. Rede de Religiões de Matriz Africana do Subúrbio de Salvador - RREMAS
7. Rede Nacional de Negras e Negros LGBT
8. Coletivo Tela Firme
9. Organização de Mulheres Negras Ativas
10. Coletivo Casa de Pretas
11. Bloco das Pretas
12. Ilê Asé Torrrun Gunan
13. Grupo de Cultura Afro Kisile
14. Centro de Defesa de Direitos Humanos – Serra/ES
15. Coletivo Negrada
16. Fórum de Juventude Negra do Pará
17. Artgay Jovem do Pará
18. Coletivo de Mulheres Negras Aqualtune
19. JCONEN
20. Movimento Enraizados
21. Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro
22. Fórum Social de Manguinhos
23. Organon – UFES
24. Levante Popular da Juventude
25. Rede de Articuladores e Articuladoras do Plano Juventude Viva
26. Fórum Permanente do Hip Hop Gaúcho / RS
27. Nação Hip Hop Brasil / ES
28. Rede Mocambos / PA
29. Hip Hop Mulher
30. Núcleo Donas da Arte – RJ
31. Laboratório de Ideias que Mudam o Mundo
32. ATD Quarto Mundo Brasil
33. Círculo Palmarino
34. Instituto Gangazumba
35. Comunidade Jongo Dito Ribeiro
36. Articulação da Cultura Popular e Afroalagoana
37. Instituto Quintal Cultural
38. Casa de Cultura Tainã
39. UJB – União da Juventude Brasileira
40. IPEJ – Instituto de Promoção e Estudos das Juventudes
41. APN´s / ES
42. Federação de Capoeira de Alagoas
43. Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop
44. Teia de Agroecologia dos Povos da Cabruca e da Mata Atlantica
45. Agência Livre para a Cidadania, Informação e Educação (Projeto Jornal Boca de Rua)/ RS
46. Posse Atitude Periferica / AL
47. INEG – Instituto do Negro Alagoano
48. Movimento Nacional de Direitos Humanos
49. Comissão de Direitos Humanos da OAB / ES
50. Fórum de Juventude Negra da Paraíba
51. Movimento Basta de Homicídios nas Periferias / AL
52. Coletivos de Estudantes Negros da UFMG
53. Nucleo Conexões de Saberes da UFMG
54. Fórum Baiano de Juventude Negra
55. Articulação Política de Juventude Negra
56. Coletivo de Assessoria Cirandas
57. Fração Pública MNU de Lutas
58. Autônomo e independente BR
59. UNEAFRO
60. Quilombo Urbano Negro de BH
61. Fórum das Juventudes da Grande BH
62. Centro Cajueiro
63. Pastoral da Juventude do Meio Popular
64. RECID / PA
65. Comissão de Igualdade Racial da OAB /ES
66. MNC – Mulheres Negras Capixabas
67. Fórum de Juventude Negra do Maranhão
68. Centro Cultural Alagbedê
69. Centro de Cultura e Estudos Etinicos – ANAJÔ / APNs – AL
70. FASE
71. CAMTRA – Casa da Mulher Trabalhadora – RJ
72. Coletivo Nacional de Entidades Negras - CEN
73. Observatório Capixaba de Juventude
74. Conselho Nacional LGBT
75. Observatório Infanto-juvenil em Contextos de Violência – UFRN
76. Panteras Mangue Break- Maceió - AL
77. Comunidade de Terreiros Ilê Asè Ossain Agé / Santa Maria – RS
78. Ocupa Borel
79. Redes de Instituições do Borel – Rj
80. Comunidade Apostólica de Gileade – RJ
81. Viração
82. Pastoral da Juventude Nacional
83. DIGNITATIS – PB
84. Assessoria Técnica Popular
85. Dom da Terra Afro LGBT
86. KOFILABA – Koletivo Filhos do Abassá
87. MNU - BA
88. Frente Quilombola / RS
89. Rede Mandacarú RN
90. Rede de Juventude de Terreiros de Pernambuco
91. Coletivo Caboclo Munique Lopes – COCAMOLO
92. Casa da Juventude de Marabá
93. Espaço Comunidade
94. Centro de Defesa dos Direitos Humanos Nenzinha Machado
95. Comitê Estadual de Educação e Direitos Humanos do Piauí
96. Pontão do ECO – UFRJ
97. Ocupa Alemão
98. Anastácia Contemporânea
99. Grupo Arco-Iris
100. Nossa conduta
101. Coletivo Papo Reto
102. Federação Amapaense de Hip Hop
103. Movimento Afro Jovem do Amapá
104. Fórum de Juventude Negra do Amapá
105. Programa Luamin
106. Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB-ES
107. Som de Preta - RJ
108. Casa de Boneco de Itacará - BA
109. NEJA - Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Educação de Jovens e Adultos - UFMG
110. FOMEJA - Fórum Mineiro de Juventude Negra
111. Pastoral da Juventude Rural – PJR
112. Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
113. Coletivo Conexão Periférica de Belo Horizonte/MG
114. Justiça Global
115. Coletivo Nacional de Juventude Negra – ENEGRECER
116. Fora do Eixo
117. Rede Ecumênica da Juventude – REJU
118. Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Grupo Maria Quitéria - GMMQ
119. Juventude do PT
120. Juventude Revolução
121. Instituto AMMA Psique e Negritude
122. Núcleo Pr@xis – UFMG
123. Programa Ações Afirmativas na UFMG
124. Observatório da Juventude da UFMG
125. Comitê Mineiro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
126. Fórum de Juventude Negra do Amazonas
127. Instituto Cultural Afro Mutalembê
128. FOPEDER – Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial do Amazonas
129. União da Juventude Socialista - UJS
130. Juventude do PT - Pará
131. Articulação Brasileira de Lésbicas - ABL
132. CUT - PA
133. Sindicato dos Bancários do Pará
134. Sindicato dos Urbanitários do Pará
135. Kyzomba
136. MONABANTU
137. Estopim
138. Rede FALE
139. ABGLT e suas 308 afiliadas
140. CONAQ
141. Fórum de EJA/PR
142. Fórum de EJA/CE
143. CEERT - Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades
144. Fórum de EJA/PE
145. Fórum de EJA/SC
146. Fórum de EJA/MA
147. Fórum de EJA/SP
148. ActionAid Brasil
149. ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
150. Fórum de EJA/MT
151. NETE - Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação - UFMG
152. GEPMTE - Grupo de Estudos sobre Marx, Trabalho e Educação – UFMG
153. Gestrado – UFMG
154. Laboratório de Estudos e Pesquisa em Ensino de História - LABEPEH/UFMG
155. GECC - Grupo de Estudos e Pesquisas em Curriculos e Culturas – UFMG
156. Pensar a Educação Pensar o Brasil - 1822/2022 – UFMG
157. Instituto Deusolinda de Oliveira
158. Associação Cultural Liga do Funk
159. Juventude da CTB
160. Coletivo ArtSam
161. Frente Feminista Periférica
162. Claves/FIOCRUZ
163. Centros Maristas de Juventude
164. Nação Hip Hop Brasil
165. APEOESP/CTB
166. Observatório de Favelas
167. União Brasileira de Mulheres – Juventude
168. OSCIP Africanamente
169. Comunidade Terreira Ilê Asé Iyemonjá Omi Olodô
170. RENAFRO Saúde RS
171. Grupo de Trabalho Angola Janga
172. Instituto Steve Biko
173. MPA – PA
174. Aliança Bíblica Universitária do Brasil
175. JPT/SP
176. Fórum de Juventude de Campo Grande
177. Instituto Raízes em Movimento/RJ
178. CECUN – Centro de Estudo da Cultura Negra do ES
179. Fórum Estadual de Militantes Negros/as do ES
180. APN’s Brasil
181. PRODOC - Grupo de Pesquisa sobre Condição e Formação Docente - UFMG
182. Grupo de Estudos de  Educação Libertária - NEPCOM - UFMG
183. TEIA - UFMG
184. Liga Brasileira de Lésbicas
185. Centro de Cultura Luiz Freire - PE
186. Fórum das Juventudes da Grande BH
187. União da Juventude Socialista do Acre
188. Pretas Candangas
189. Bamidelê Organização de Mulheres Negras na Paraíba
190. Movimento Mudança
191. Associação Circo Social Baixada
192. Apae Queimados
193. Terreiro Nossa Senhora Aparecida
194. Coletivo ArtSam
195. Frente Feminista Periférica Coletivo Art'Sam
196. Frente Negra Pelotantes – Pelotas/RS
197. Secretaria Estadual da Negritude Socialista Brasileira da Paraíba – NSB/PB

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

RACISMO NA FMURP (Faculdade de Medicina da USP)


Foi neste sábado (9/11) através de uma denuncia informal realizada por mim no meu perfil social que mais um caso de racismo e machismo ganhou voz, neste envolvendo Mulheres Negras na USP de Ribeirão Preto.
Tudo começa em uma palestra de enfermagem nesta mesma universidade, aonde o tema central é "violência contra a mulher", foi compartilhado no dia com o Coletivo Negro da USP de Ribeirão Preto que tem participação no Fórum (Fórum Estadual de Juventude Negra SP) no qual estabelece o nosso vinculo militantes em prol da mesma causa - erradicar o racismo- . Este, que se trata, é um cancioneiro de hinos de autoria da Bateria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP RP) , aonde se vê a humanidade de nós negras violada ao extremo. Segue o trecho:
 


Esse cancioneiro esta sendo divulgado e vendido junto com o kit de matricula dos calouros da universidade, a mensagem abusiva, racista, machista e sobretudo criminosa esta sendo propagada, por futuros profissionais da saúde.
A ONU, neste ano, divulgou uma nota declarando racismo institucional no Brasil, documentando em tese o que de fato, negros e negras, já sabem por passar e sofrer por isso diariamente.
Só nesse mês, já tivemos dois casos de racismo institucional fora os que não ganharam visibilidade.
O primeiro foi a chacina no Pará - Belém, aonde mais de 40 jovens negros foram mortos em condição de eliminação, e a até então não se tem uma resposta sensata aos familiares e aos negrxs em geral; E agora este que ganha visibilidade, menciono racismo institucional pois o vinculo da universidade se da a uma longa existência dessa cartilha de hinos e a venda dela junto ao material de matrícula, a faculdade também responde por isso, afinal quem fiscaliza esse material ? O C.A ?  A Coordenação do Curso ?
Esses dois casos, fora outros que não ganharam e outros que não ganharão  visibilidade são provas de todo o discurso propagado por parte de movimentos, coletivos, ONG's que lutam a favor dessa causa.
Tivemos também, no começo deste mês o caso de Racismo na UFES (Universidade Federal de Espírito Santo) que já se posicionou com o afastamento do professor, mas ainda não se tem uma posição judicial sobre o professor em relação ao seu discurso racista sobre negrxs na faculdade e profissionais negrxs em geral.
Entendemos a importância de dar visibilidade ao caso, já que desde o início desse ano, a mídia informal tem sido a nossa melhor ferramenta para dialogar e agir sobre os fatos e principalmente a não-alteração deles.

Esta marcado para a data de amanhã (11/11/14 terça-feira) a  Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo que irá tratar de violações de Direitos Humanos na FMURP (Faculdade de Medicina da USP) às 14h abrindo assim uma investigação sobre o caso.

Elisângela Lima
Fórum de Juventude Negra de São Paulo

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Internauta da Mangueira, Suburbia e Sexo e as Negas: como a Rede Globo gosta de fazer linchamento da imagem da mulher negra


Estamos no centenário da escritora Carolina Maria de Jesus. Até agora não vi a Rede Globo debater em seus telejornais com a sociedade brasileira o valor literário e intelectual de uma mulher negra, favelada e que teve sua obra literária traduzida em 13 países no mundo. Parece-me que esse tipo de narrativa social e cultural da vida de personagens negras, personagens que marcaram de forma indelével nossa formação não tem importância midiática para quem representa tão bem o pensamento da burguesia racista brasileira.  A Rede Globo, na nossa concepção, nunca ofereceu espaço para o brasileiro conhecer nossas escritoras negras e seu potencial intelectual. Pelo contrário, o que assistimos sempre na sua grade de programação são apresentadoras eurodescendentes nos seus telejornais. São médicas brancas de classe média nos ensinando como cuidar da saúde como podemos encontrar no Programa Bem Estar e ainda várias apresentadoras loiras do tipo da Angélica, Ana Maria Braga e Xuxa.
É raro encontramos nessa empresa uma negra que seja convidada para ser comentarista de economia, política, ciência ou tecnologia, aliás, confesso que nunca vi uma negra fazendo esse papel na qualidade de comentarista.  A Globo poderia explicar esse caso de racismo explicito, visto que tanto nas novelas como nos programas jornalísticos, pode-se perceber claramente as desigualdades raciais nas oportunidades de trabalho  oferecidas para a mulher negra nessa empresa de comunicação. Isso é tão visível para o senso comum, que qualquer pessoa poderá notar que somente a mulher branca pode ser a madame rica nas novelas,  pensadora, escritora, intelectual e empresária bem sucedida, sobrando apenas o espaço da favela, das periferias e carnaval para que essa mulher negra possa mostrar seu corpo e sensualidade. Para essa emissora de televisão, a mulher negra seria apenas um corpo sensual para ser explorado e abusado como se fosse uma mercadoria que se usa e depois é descartada.
  Na programação dessa TV o padrão de  beleza europeu  sempre foi considerado o belo  e  esse modelo estético  foi  imposto para destruir o outro padrão de origem africana. Nesse sentido, a nossa beleza negra aparece diante dos olhos televisivos dos arautos da casa grande como algo que é feio. Portanto, se é feia a nossa estética negra como eles pensam. Essa imagem da mulher negra também merece  ser  ridicularizada e aparecer na casa dos brasileiros para representar o  grotesco e o lado risível da televisão como podemos deduzir na boca banguela e acompanhada de um negrume extravagante naquele rosto do humorista global, que dizia nos sábados à noite: “eu sou a cara da riqueza”. Era dessa  forma  que  o Programa Zorra Total  fazia  seu linchamento público contra a imagem da mulher negra, através desse  nosso modelo racial  nojento e perverso, ou seja, o de fazer as pessoas  aprenderem  a  ser  racistas de  forma  lúdica, humilhando  o  nosso povo negro por meio de um quadro humorístico  como  esse que só interessava mesmo a  quem  queria  destruir nossa  autoestima.
Confesso, sinceramente, que não gosto de assistir nada do que a Globo faz quando se trata de representar no campo da ficção as mulheres negras, visto que percebemos que as práticas sexuais racistas do colonizador ainda estão por demais impregnadas nas mentalidades do novelistas e produtores de minisséries, como essa  que estamos  assistindo agora. Não gosto por razões óbvias, já que a Globo é pródiga em fazer da mulher negra a eterna mucama nas suas novelas onde geralmente atrizes negras de talento, a rigor, sempre são obrigadas a serem as serviçais de madames brancas, bonitas e de classe média.  Léa Garcia, Chica Xavier e Ruth de Souza sabem muito bem de toda essa história de subalternidade na hierarquia racial dos novelistas dessa emissora de televisão. Todavia, a luta para tirar a mulher negra dessa forma de inferioridade social e racial também existe no Brasil, tendo em vista que a atriz Zezé Motta na sua carreira profissional já chegou a recusar papéis em que a mulher negra apareceria de forma negativa e estereotipada.  Por que as mulheres negras só podem aparecer nas novelas, com a vassoura não mão e lenço na cabeça?
É verdade que na novela “Da Cor do Pecado” não vimos essa imagem racista da negra empregada doméstica. Entretanto, a atriz Taís Araújo era pobre e vendedora de raízes medicinais na cidade de São Luiz do Maranhão onde ela conhece um rapaz belo, branco e filho de um empresário carioca o ator Reynaldo Gianecchini, no papel de Paco. O racismo construído nessa representação social da mulher de origem africana é proposital e ainda reproduz o que  a sociedade brasileira racista quer perpetuar,  já que  na cabeça  do autor dessa novela  não  se pode aceitar  que  Preta, nome  da personagem protagonizada pela atriz Taís Araújo fosse a filha do Afonso Lambertini, um rico empresário interpretado por Lima Barreto e  Reynaldo Gianecchini  fosse o pobre e vendedor de raízes medicinais  de uma feira maranhense.  Assim sendo, o que fica também na cabeça do nosso povo brasileiro para quem assiste uma produção televisiva como essa é a ideia de branqueamento racial, uma vez que para a personagem  Preta  a  solução  para crescer socialmente na vida é se apaixonar por um rapaz  da elite branca. Como podemos notar, a Rede Globo já mostra qual o caminho social e racial que as nossas adolescentes e jovens negras pobres devem seguir e ter como horizonte de vida. A felicidade para a raça negra, nas entrelinhas dessa novela, é algo que só podemos encontrar se for no mundo dos brancos bem sucedidos.
“Ela fugiu de uma infância marcada pela miséria.” Era assim que a Globo destilava o seu repertório de representações racistas e discriminações contra o corpo da mulher negra e sua imagem pública.  Refiro-me aquela minissérie Suburbia em que uma jovem negra e pobre, andando de top e short minúsculos onde trabalhava num posto de gasolina na cidade grande, chamando atenção de rapazes pelo seu jeito de mulher gostosona. A chamada que essa emissora de televisão em tela fazia para que as pessoas vissem a saga dessa personagem negra para obter audiência era horrível.  O pai dela com a cara de sofredor na condição de miserável, ao lado da mãe numa carvoaria. O cenário de desesperança era perfeito na sua intenção racista, já que essa minissérie continha uma grande violência simbólica por defender ideologicamente a noção de que onde há negros não existe progresso e desenvolvimento humanos, restando apenas como alternativa de vida  para a  menina Conceição  virar  dançarina de funk  e depois empregada doméstica para superar  a  sua vida  miserável   como a  minissérie em tela trouxe  para  os telespectadores da Globo.
 A personagem Suburbia da atriz Erika Januza poderia estudar de noite. Depois ela poderia trabalhar de dia em alguma grande universidade pública na condição de secretária e ainda terminar uma faculdade com muita luta e determinação como muitas mulheres negras fazem por esse  Brasil afora,  sem que fosse necessário  caminhar com um short  bem  curtinho   enfinhado na bunda  para  dar audiência. Entretanto, a narrativa dignificante mencionada não interessa aos detratores da imagem do nosso povo negro.  Logo, ela é uma construção política minha, assumindo aqui a intenção clara de provocar a emissora para que ela não repita esse tipo de cenário em que a raça negra só pode parecer em papéis já pré determinados pelo imaginário racista. Sim, Suburbia  ainda foi na adolescência  presa pela polícia e acusada de roubo, o que lhe fez ganhar uma internação provisória na FEBEM. Por que a mulher negra tem que ter esse tipo de história retratada na televisão?
 A personagem Suburbia ainda tem sua cópia fiel nesse quesito voltado para a destruição moral da imagem da mulher negra no Brasil. Quem não se lembra da minissérie As Cariocas em que a única mulher que fazia bico como digitadora era a Internauta da Mangueira, personagem protagonizada pela atriz Cintia Rosa. Uma mulher negra que morava no Morro da Mangueira e que deixou de trabalhar para ficar traindo o marido na internet, usando apenas calcinha e sutiã na frente da tela de um computador.  Ora, quando vi a Rede Globo  lançar a  minissérie  Sexo e  as Negas já sabia que o cenário da história tinha que ser parecido com suas últimas programações em que  a mulher negra foi protagonista, a exemplo da Internauta da Mangueira e  da  minissérie Suburbia.
As mulheres negras, na verdade, são sempre jogadas para espaços urbanos marcados pela pobreza, prostituição, tráfico de drogas, violência sexual, luxúria e muita sensualidade. Logo, não me interessa saber desse tipo de história pobre de imaginação, simplificadora e reducionista da imagem da mulher negra, já que são temáticas entediantes, desumanizadoras  e  geralmente  contadas sob o ponto de vista do homem branco machista, racista e preconceituoso. A Globo poderia ser mais inteligente e não subestimar a nossa população negra, achando que iríamos ficar calados diante de tamanha agressão racista  e degradação da imagem coletiva da mulher negra no mundo da ficção, visto que esse tipo de ataque a imagem das mulheres negras tem influências extremamente negativas na personalidade de cada cidadão deste país. Faço aqui a minha crítica a esse tipo de programa e, ao mesmo tempo, quero me solidarizar com todas as negras que repudiaram essa empresa,  escrevendo textos na internet contra a exibição da minissérie Sexo e as Negas.
Tentando limpar a merda que a emissora fez um cantor foi chamado ao Programa Encontro com Fátima Bernardes, para afirmar essa pérola: “nega é um carinho. Não é  preconceito”. Somente o cantor Carlinhos Brown faria esse papel para garantir seus lucros, já que o mesmo faz parte do The Voice Brasil e, assim, tinha que dar  sua colaboração burra para essa classe dominante continuar fazendo esse tipo de minissérie racista, conservadora e machista. Aproveito esse debate, também, para repudiar a atitude da Faculdade Zumbi dos Palmares que já convidou o senhor Miguel Falabella para fazer parte do Troféu Raça Negra, tendo em vista que uma atitude como essa soa verdadeiramente como um insulto ao movimento de mulheres negras, além de ser  um  grande  desserviço a  todos nós que lutamos com dignidade contra o racismo. Tem muita coisa nebulosa por trás desse convite, uma vez que ele apareceu mesmo no meio das críticas que internautas e ativistas do movimento negro estão fazendo contra a exibição dessa minissérie.
 Assim, diante do exposto, temos que pensar e agir para mudar as relações raciais de opressão, democratizando os meios de comunicação para que as TVs contem histórias positivas da raça negra, incluindo aí  nossas pautas de lutas  antirracistas do movimento negro para que os operadores da comunicação televisiva, bem como os novelistas e diretores de minisséries de qualquer emissora de  TV  possam nos respeitar. Nós negros e negras conscientes dos nossos direitos humanos e constitucionais temos o direito de ver outras narrativas, pois queremos assistir  na televisão brasileira as nossas atrizes negras fazendo o papel de médicas, de advogadas, de engenheiras, de professoras universitárias e de empresárias bem sucedidas também. Ou não existe mulher negra assim no Brasil, seu Miguel Falabella?


Autor: Jair Nguni é historiador e ativista do Movimento Negro em Campina Grande, Paraíba.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Moção de Repúdio a Condenação Arbitrária de RAFAEL BRAGA VIEIRA e o Encarceramento em Massa da JUVENTUDE NEGRA



Compreendendo o encarceramento em massa da população negra como estratégia genocida, o Fórum Nacional Juventude Negra – FONAJUNE vem por meio de deliberação de sua Plenária Nacional, realizada na Serra, Espírito Santo, durante os dias 29 a 31 de agosto de 2014, repudiar as ações deliberadas pelo judiciário durante o julgamento de Rafael Braga Vieira, no dia 26 de agosto, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Rafael Braga, jovem em situação de rua, que um ano e três meses depois da maior manifestação realizada no Rio de Janeiro em 2013, segue detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, onde está desde o dia 20 de junho de 2013. No dia da manifestação em que foi preso, ele saiu de onde morava, um casarão abandonado em frente à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), no Centro do Rio, com duas garrafas de plástico, uma com água sanitária e a outra com álcool, situação que não o caracteriza enquanto manifestante do ato, tão pouco como terrorista. Segundo o laudo do Esquadrão Antibomba da Coordenadoria de Recursos Especiais, a utilização do material aponta aptidão mínima de incêndio. No texto, um trecho indica “ínfima possibilidade de funcionar como coquetel molotov”. Ainda assim, Rafael Braga Vieira foi condenado pela existência de etanol em uma das garrafas.

O Estado brasileiro é signatário de diversos acordos internacionais que versam sobre direitos humanos, sendo eles recepcionados na legislação brasileira com força de emenda constitucional. A violação desses acordos é permanente em solo brasileiro, nos colocando em débito internacionalmente, e mais ainda, em constante violação da Carta Magna.

Compatível com a violação dos Direitos Humanos existe no Brasil uma exceção legal que coloca os atuais policiais militares fora do sistema civil de accontability, que além de enfraquecer o estado de direito, estende a impunidade e violência da polícia militar a população civil, e indiretamente lhes assegura uma ampla latitude para arbitrariedades. Assim, as atuais instituições policiais, embora sob regime democrático, permitem que a  arbitrariedade e a violência persistam.

A violência física, psicológica e simbólica sofrida por Rafael Braga, denota nitidamente o sistema que valida o RACISMO INSTITUCIONAL que a JUVENTUDE NEGRA brasileira está inserida, uma vez que, na sentença condenatória, o juiz reconhece que não é coquetel molotov, mas decide condenar Rafael a uma pena de 5 anos pela quantidade de álcool que havia na garrafa quando ele foi preso durante a manifestação do dia 20 de junho de 2013.

Acreditando que a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, a Secretaria Nacional de Juventude – SNJ, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR e o Ministério da Justiça podem e devem se posicionar enquanto órgãos públicos sobre esse processo, nós solicitamos que providenciem as medidas cabíveis para preservar a vida da juventude negra, e nesse momento especial, a do jovem negro Rafael Braga, incidindo para que as injustiças sejam cessadas e reparadas.

Em defesa do diálogo e clamando pelo fim das lesões corporais, das prisões ilegais e de todo tipo de violência por iniciativa do Estado, o Fórum Nacional de Juventude Negra reafirma a sua crença em práticas antirracistas e em valores democráticos, bem como seu total repúdio às formas de autoritarismo e às medidas de exceção imputadas contra a população negra brasileira, fundamentalmente no que tange a juventude negra.

 

Na luta contra o extermínio e pelo fortalecimento da juventude negra, seguimos!

Atenciosamente,

Fórum Nacional de Juventude Negra - FONAJUNE

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Agenda FONAJUNE setembro, parte 2!



FOJUNE DF participa do ENCRESPA GERAL Brasília


O Fórum de Juventude Negra DF, esteve presente no domingo dia 21 de setembro no evento Internacional ENCRESPA GERAL Brasília.
O ENCRESPA tem como iniciativa, a valorização dos cabelos naturais, crespos e cacheados, através de rodas de diálogo, oficinas e depoimentos, dando visibilidade a uma identidade “encrespada”.

Nesta edição tiveram também o ENCRESPA KIDS, uma pequena roda de diálogos com leitura de livros e desenhos que valorizam a identidade da criança negra.
O FOJUNE contribuiu com a presença de Layla Maryzandra, dialogando e refletindo sobre Hierarquização de Texturas e dando oficina de tranças. Além da presença de Dyarley Viana e Ritinha Jesus e Aline Costa também integrantes do FOJUNE.


O Fórum de Juventude Negra DF também aproveitou o evento para divulgar o I EPOJUNE – Encontro Popular de Juventude Negra que abre as inscrições ainda esta semana.


O evento foi idealizado por Eliane Serafim, moradora de São Paulo e hoje acontece em torno de 17 cidades do Brasil como Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Goiânia, Manaus, Juazeiro, Olinda, Campo Grande entre outras, tomando já uma proporção internacional em lugares como Londres, Dublin e Austrália.

O Fórum de Juventude Negra DFE, agradece em especial a Beatriz Andrade, Andreia Lindolfo e Brenda Lima pelo convite.

Fonte: http://forumdajuventudenegradf.blogspot.com.br/

domingo, 21 de setembro de 2014

Plano em Diálogo - FONAJUNE contribuindo na (re)discussão do Plano Nacional de Juventude


Com o objetivo de ampliar a escuta, aprofundar o debate e contemplar a diversidade de atores no processo de construção do Plano Nacional de Juventude, a UNIRIO em cooperação com a Secretaria Nacional de Juventude está realizando um conjunto de oficinas chamadas "Plano em Diálogo" para discutir diferentes temas sobre Direitos dos Jovens, estabelecidos no Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/13). 



O Fórum Nacional de Juventude Negra foi convidado à participar da segunda oficina "Plano em Diálogo", para debater o eixo "Do Direito à Segurança Pública e ao Acesso à Justiça". A Oficina aconteceu na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, no último dia 17/09. 



A Oficina durou o dia inteiro e contou com um debate sobre as prioridades da juventude no campo da segurança pública e no acesso à justiça, onde a representação do Fórum de Juventude Negra da Bahia e da articulação local no Rio Grande do Sul, destacaram as demandas da juventude negra, as barreiras de acesso à justiça, a desmilitarização da polícia, a PL 4471 e outras questões. 



Esse processo do "Plano em Diálogo" tem sido coordenado pelo Comitê Interministerial da Política de Juventude (Coijuv) com apoio do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE). O Plano Nacional de Juventude deverá ser discutido e aprovado na III Conferência Nacional de Juventude, prevista para 2015. 



Outras oficinas devem acontecer ainda esse ano e a juventude negra deve estar atenta para participar e incidir nos produtos desse processo.

FONAJUNE participa do 1º Encontro do Conselho Nacional dos Direitos Humanos e Eleição biênio 2014-2016



Como participante do Grupo de Trabalho de Monitoramento do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), o Fórum Nacional de Juventude Negra vem acompanhando de perto política de direitos humanos brasileira. 

Na última terça-feira, dia 16/09, na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH/PR, aconteceu o 1º Encontro Nacional do Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH, recém criado pela Lei 12.986/14, e a Eleição das Organizações da Sociedade Civil do CNDH, para o biênio 2014-2016.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, abriu o Encontro Nacional, que elegeu a nova composição do CNDH. Para Ideli Salvatti, o momento representa transformação significativa após uma luta de quase 20 anos para a recriação do conselho, concretizada com a Lei nº 12.986, de 2014.

O Fórum Nacional de Juventude Negra, uma das 50 organizações participantes do Encontro Nacional de Direitos Humanos, foi representado por participantes do Fórum Estadual de Juventude Negra do Distrito Federal e da Bahia. Em paralelo a eleição, também houve a fundação de um Fórum Nacional de Direitos Humanos, que tem o objetivo de aglutinar as organizações eleitas e não-eleitas para o Conselho Nacional de Direitos Humanos, de modo a subsidiar politicamente as organizações titulares do Conselho, onde o FONAJUNE contribuirá na coordenação.

De acordo com o texto da Lei 12.986/14, o CNDH terá 22 membros. Destes, onze serão da sociedade civil – nove representantes eleitos, um da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e um do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos estados e da União. Outros onze serão representantes do Poder Público. Todos os conselheiros terão mandato de dois anos.

Organizações eleitas para o CNDH 2014-2016:

1) Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT
2) Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH
3) Conselho Indigenista Missionário - CIMI
4) Plataforma de Direitos Humanos - Dhesca Brasil
5) Coletivo Nacional de Juventude Negra - ENEGRECER
6) Conselho Federal de Psicologia
7) Movimento Nacional da População de Rua
8) Rede Nacional Feminista De Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
9) Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social

Entre as atribuições do CNDH, estão a promoção e a defesa dos direitos humanos mediante ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das condutas e situações de ameaça ou violação dos direitos humanos. Neste sentido, a aprovação da Lei 12.986 de 2014 foi um grande passo para o fortalecimento da sociedade civil, democratização e fortalecimento da luta e das políticas públicas de direitos humanos.

Fonte: Adaptado com informações de http://www.sdh.gov.br.

Participação do FONAJUNE na Audiência Pública "Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência"



O Fórum Nacional de Juventude Negra participou da Audiência pública Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência, realizada dia 17/09, no Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, Brasília/DF, com presença de representantes de Fóruns Estaduais de Juventude Negra das regiões sudeste, nordeste e centro-oeste. Como debatedor convidado pelo CNMP, Elder Costa fez uma fala de provocação. Confira no vídeo abaixo. 



O FONAJUNE participa do Comitê Gestor Federal do Plano Juventude Viva, que é o Plano de Enfrentamento à Violência Contra a Juventude Negra implementado pelo Governo Federal através de mais de 10 ministérios, em parceria com governos estaduais e municipais em mais de 70 cidades. Esse Plano teve contribuição direta do Fórum Nacional de Juventude Negra, em sua concepção, e faz parte de uma resposta dada à reivindicação sobre a priorização da juventude negra na política pública. É uma das prioridades desse Plano discutir o Acesso à Justiça para a Juventude Negra e o FONAJUNE tem muito a contribuir nesse processo, com sua incidência política, monitoramento através do controle social e apresentação das demandas da juventude negra brasileira. 


O vídeo com as mais de 5 horas de audiência pública pode ser visto em: https://www.youtube.com/watch?v=6uQXt0mbm8I&list=UUNwHEXf5YwWGfcAri_WBTEA

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Audiência Pública discute Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em situação de Violência


A audiência pública "Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência" será exibida ao vivo pelo canal do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no YouTube e também no Participatório. O evento será no dia 17 de setembro a partir das 14 horas, no auditório do CNMP (Setor de Administração Federal Sul, Quadra 2, Lote 3, Edifício Adail Belmonte), em Brasília/DF.

Durante a audiência serão discutidos temas como controle externo da atividade policial, assistência jurídica para jovens negros em situação de violência, ações afirmativas no combate ao racismo institucional e garantias de direitos à juventude negra. As conclusões e os posicionamentos apresentados constarão da Ata da Audiência Pública.
S
egundo dados do Ministério da Saúde, enquanto o número de brancos assassinados caiu 25,5% no período de 2002 a 2010, o número de assassinatos de jovens negros cresceu 29,8% no mesmo período. Em 2010, 76,6% dos jovens assassinatos eram negros.

A audiência pública faz parte das ações previstas em um acordo assinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a redução das barreiras de acesso à Justiça para a juventude negra em situação de risco. O evento é promovido por: CNJ, CNMP, Ministério da Justiça, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria Nacional da Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República, Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais e Conselho Federal da OAB. Todos fazem parte do acordo assinado.

Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail direitosfundamentais@cnmp.mp.br ou pelo telefone (61) 3366-9501.

Link do Canal do CNMP no youtube: https://www.youtube.com/user/conselhodomp

Fonte: Agência CNJ de Notícias

Agenda FONAJUNE em setembro!

 
 
Se liga na agenda do FONAJUNE em setembro! Ainda vem mais por aí antes de findar o mês! Vamos que vamos porque #VaiTerIIENJUNE!
 
 


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Carta Convocatória do II ENJUNE!





ÀS JUVENTUDES NEGRAS DO BRASIL

O Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE convoca as juventudes negras do Brasil para construir os processos preparatórios, em seus municípios e estados, do II Encontro Nacional de Juventude Negra – II ENJUNE, a ser realizado de 4 a 6 setembro de 2015, no Distrito Federal.
Construir o II ENJUNE é cumprir uma demanda referendada pela última Plenária Nacional do FONAJUNE, ocorrida de 29 a 31 de agosto de 2014, em Serra/ES.

Na ocasião a juventude negra entendeu como demandas prioritárias: 1. Enfrentamento ao genocídio do povo negro, com ênfase ao extermínio da Juventude Negra; 2. Participação da Juventude Negra no Orçamento Público; 3. Mídia e comunicação; 4. Formação e participação política da Juventude Negra. Entendemos que essas pautas fortalecem o protagonismo da juventude negra na conjuntura vigente.

Lançamos o II ENJUNE buscando articular e promover uma maior participação política e social dos jovens negros e das jovens negras de todo o país. O II ENJUNE buscará avaliar e consolidar as deliberações do I Encontro Nacional de Juventude Negra, realizado em 2007, em Lauro de Freitas/BA, e avançará na construção de um novo panorama social para o contexto juvenil étnico/racial de nosso país, numa perspectiva afrocentrada, a partir da reflexão e definição do projeto político de sociedade que a Juventude Negra brasileira deseja e construirá! Em breve o FONAJUNE lançará demais orientações.

Contamos com os jovens e as jovens negras nessa construção! Porque as juventudes negras vivem para além de sonhos, se alimentam de sua própria ousadia!

Na luta contra o extermínio e fortalecendo a juventude negra, seguimos!

FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA - FONAJUNE

Serra/ES, 31 de agosto de 2014. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

FÓRUM BAIANO DE JUVENTUDE NEGRA REALIZA PLENÁRIA NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 9
O encontro é direcionado para articulações de juventude negra e demais jovens negros (as) interessados (as) na organização e articulação nacional desta juventude
O Fórum Baiano de Juventude Negra convida a Juventude Negra combativa para realização da plenária estadual  que tem como objetivo debater os desafios do processo de organização do segmento e apontar perspectivas para avançar na luta contra o racismo na Bahia e no Brasil. A Plenária acontecerá no próximo sábado (9), das 8h às 13h, no CDCN, Pelourinho.
O encontro é preparatório para Plenária do Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE, que acontecerá no Espírito Santo nos dias 30 e 31 de agosto de 2014, com o objetivo de discutir diretrizes para realização do II Encontro Nacional de Juventude Negra – ENJUNE previsto para de 2015, no Distrito Federal.
Com os atuais acontecimentos e as taxas alarmantes de violência voltadas à juventude Negra, do Interior do Estado e da Região Metropolitana de Salvador, a idéia é fazer um balanço da luta desenvolvida pela juventude negra até o presente momento  e definir novas estratégias na busca por uma integração nacional da juventude negra. “A realidade é esmagadora! Somos o quarto Estado que mais mata negro no País. Fortalecer a luta é fundamental para denunciar o racismo e o genocídio, apontar novas diretrizes na luta étnico racial se faz necessário. A nossa principal bandeira de luta  é parar a matança do Povo Negro.”, pondera Geovan Bantu, integrante do Fórum Baiano de Juventude Negra.
JUVENTUDE NEGRA UNIDA, POVO NEGRO FORTE! AVANTE NA LUTA, SEM TEMER A MORTE!!!


Contatos;
Elder Mahin – (71) 8764.0345 – elderressistencia@hotmail.com
Vivian Oyasse – (71) – 8829.3478  – viviansilva.silva@gmail.com  
Geovan Bantu – (71) 8617.3368 -  9188.4966 – geobanto@gmail.com   

terça-feira, 22 de julho de 2014

FONAJUNE EM MARCHA CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO



FONAJUNE EM MARCHA CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO

Após 126 anos da falsa abolição da escravidão o racismo continua a produzir dor, desigualdades e morte do povo negro no Brasil. Diariamente nossa humanidade é colocada em xeque por meio de inúmeras situações. Nossos corpos negros são linchados e arrastados em vias públicas; encarcerados e torturados em masmorras; abatidos pelo Estado por meio da Polícia e do racismo institucional; estuprados e violentados; removidos e gentrificados; explorados e subjugados; jovens negros têm seus sonhos e vidas exterminados. Tudo isso evidencia que o Genocídio do Povo Negro segue ferozmente em curso em nosso país!

Diante deste quadro e comprometidos com os princípios inegociáveis desse processo, o Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE apóia e constrói a II Marcha (inter) Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro, que acontecerá no dia 22 de agosto de 2014 no Brasil e em diversas partes do mundo. Juntamo-nos a todas aquelas e todos aqueles que não aceitam em silêncio e inertes essa situação.

A um mês de sua realização, com os Fóruns Estaduais de Juventude Negra envolvidos na construção da Marcha, para reforçar nosso fronte, convocamos a juventude negra brasileira a construir a Marcha e garantir todos os esforços para que possamos cumprir com seus objetivos e avançar na luta contra o racismo  e o genocídio que assola o povo negro no Brasil e no mundo. Pelos aqui que não mais estão, por nós e pelos que virão, AVANTE JUVENTUDE NEGRA!

Na luta contra o extermínio, fortalecendo a juventude negra!”


Coordenação do Fórum Nacional de Juventude Negra

II CIRCULAR DA PLENÁRIA DO FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA – FONAJUNE

Nos dias 29, 30 a 31 de agosto de 2014, na cidade de Serra, região metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, acontecerá a Plenária do Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE com objetivo de avançar no processo de organização da juventude negra brasileira com vistas a realização do II Encontro Nacional da Juventude Negra, o tão aguardado II ENJUNE, previsto para maio de 2015, em Brasília/DF.

A mobilização está ocorrendo em diversos estados do país. Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo e Rio Grande do Norte já realizaram suas plenárias estaduais. Estão previstas para os próximos dias a realização em Pernambuco (27/7), Bahia (9/8), Paraíba (9/8), Amapá, Maranhão e Pará (a definir). Compreendendo algumas dificuldades apresentadas pelos estados, o prazo para realização das Plenárias Estaduais foi prorrogado até 9 de agosto. Os estados que ainda não confirmaram participação poderão entrar em contato por meio do email: enjune2@gmail.com

Convocamos, mais uma vez, a Juventude Negra Brasileira a fazer um balanço das conquistas e desafios da luta pela desconstrução do racismo e fortalecer o processo de organização da juventude negra brasileira, definindo diretrizes e ações para o II Encontro Nacional de Juventude Negra – ENJUNE. Avante Juventude Negra!

Na luta contra o extermínio, fortalecendo a juventude negra!”
Coordenação do Fórum Nacional de Juventude Negra

terça-feira, 13 de maio de 2014

CIRCULAR DE CONVOCAÇÃO PARA PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA – FONAJUNE

O Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE vem através desta, convocar a Juventude Negra brasileira, organizada nos Fóruns Estaduais de Juventude Negra, a se mobilizarem para participação na Plenária Nacional do FONAJUNE, que será realizada em Vitória/ES entre os dias 30 a 31 de agosto de 2014.

No I Encontro Nacional de Juventude Negra, em 2007, foi constituído o FONAJUNE como espaço de diálogo e articulação política nacional. Até o momento, o FONAJUNE tem participado e protagonizado ações que fortalecem a luta contra o racismo e pela Promoção da Igualdade Racial no Brasil, buscando a mobilização e articulação da Juventude Negra para garantia de acesso aos direitos constitucionais.

O objetivo dessa Plenária é avançar no processo de organização da juventude negra brasileira com vistas a realização do II Encontro Nacional da Juventude Negra, o tão aguardado II ENJUNE, previsto para maio de 2015, em Brasília/DF.

Para participar da Plenária Nacional os estados devem organizar as Plenárias Estaduais, que poderão ocorrer no período de 14 de maio a 25 de julho de 2014. Essas etapas terão o objetivo de eleger a comissão estadual de cada estado (4 pessoas – a contemplar jovens mulheres, homens, sua diversidade sexual e religiosa, rural ou urbanos) para a participação na etapa nacional em Vitória/ES.

Os Estados que ainda não possuem os Fóruns de Juventude Negra, ou cujos Fóruns Estaduais estejam desmobilizados ou desativados, poderão se organizar durante as etapas estaduais. Os/as interessados em organizar Fóruns Municipais e Estaduais, terão suporte político e metodológico, para isso, devem entrar em contato a coordenação do Fórum Nacional, através do email: enjune2@gmail.com
Na luta contra o extermínio, fortalecendo a juventude negra!”


Coordenação do Fórum Nacional de Juventude Negra